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‘Desconhecido’ Néstor Lorenzo conduz Colômbia imbatível a feito histórico

Centauro Copa América 2024 Redação Placar

Redação Placar

Publicado em: 11/07/2024

‘Desconhecido’ Néstor Lorenzo conduz Colômbia imbatível a feito histórico

Ex-auxiliar e pupilo de José Pekerman, técnico argentino chega a 24 jogos de invencibilidade e agora tenta destronar a favorita seleção de Messi

Néstor Lorenzo tem 58 anos, mas curiosamente ainda é um rosto novo no mundo dos treinadores de futebol. Aplaudido por jornalistas colombianos a cada entrevista coletiva nesta Copa América, o ex-zagueiro argentino vice-campeão do mundo em 1990 se tornou, com folga, na mente por trás sucesso da Colômbia finalista da competição continental após 23 anos. Se dentro de campo James Rodríguez conduz Los Cafeteros, Lorenzo é o maestro fora dele. O técnico agora terá sua missão mais difícil até aqui: destronar a Argentina, atual campeã da competição e do mundo.

“Quero simplesmente agradecer pelo apoio. Acho que não seria possível sem essa energia que recebemos a cada dia. É um grupo que dá tudo, se entrega e merece isso, além de todas as circunstâncias. Estamos felizes por colocar um sorriso no rosto do povo colombiano”, afirmou um emocionado Lorenzo, na entrevista após o jogo.

“Sabemos o que está acontecendo e isso gera muita satisfação. Essa é a melhor recompensa que esse grupo pode ter”, completou.

Lorenzo é o principal pupilo de José Pekerman, um dos mais respeitados técnicos da história argentina por lapidar talentos como Lionel Messi, Sorín, Aimar, Riquelme, Cambiasso, Saviola, D’Alessandro e tantos outros.

Fiel escudeiro de Pekerman, acompanhou o compatriota como auxiliar técnico durante o período a frente da seleção albiceleste sub-20, entre 2000 e 2001, e na principal, entre 2004 a 2006. Depois, esteve ao lado dele no longevo trabalho a frente da Colômbia entre 2012 de 2019.

Somente em 2021 se lançou em seu primeiro trabalho solo profissional: o Melgar, do Peru. Foram 63 jogos, com 35 vitórias, 12 empates e 16 derrotas, um aproveitamento de 61,9% interrompido por conta de um convite para assumir a seleção principal colombiana.

Ele foi anunciado pela federação do país em 2 de junho de 2022 sob olhares desconfiados durante um período de esfriamento dos torcedores com a seleção.

A Colômbia não havia sequer se classificado para a repescagem da Copa do Mundo do Catar, terminando as Eliminatórias na sexta colocação, com 23 pontos em 18 partidas. Ou seja, precisou assistir do sofá ao último Mundial depois de participar por duas edições seguindas: em 2014 no Brasil e em 2018 na Rússia.

Curiosamente, um dos nomes mais cotados naquela época era o de Marcelo Bielsa, então no Leeds e hoje superado por ele em tensa partida no Bank of America Stadium, em Charlotte, na Carolina do Norte.

Ele se blindou com resultados imediados – jamais perdeu no comando da equipe principal. Agora, são 24 jogos de invencibilidade, com 18 vitórias e seis empates, um aproveitamento de 82,6% com direito a triunfos sobre adversários de peso como Brasil, Alemanha e Espanha.

Formado pelo Argentinos Juniors na metade da década de 1980, Néstor Lorenzo também teve passagens por Bari (Itália), Swindon Town (Inglaterra), San Lorenzo, Banfield, Ferro Carril e se aposentou no Boca Juniors. Enquanto jogador, fez 13 jogos pela seleção argentina que, curiosamente, cruzará o seu caminho.

Conhecido por sempre se vestir com terno preto e camisa vinho, além da inseparável prancheta, ele colocará diante da própria pátria não somente a invencibilidade, mas o destino da Colômbia de marcar de vez um momento de protagonismo do continente.

A façanha até aqui comove até mesmo jornalistas locais, que não intimidam em torcer mesmo nas tribunas de imprensa dos estádios ou durante as entrevistas.

Mesmo já tendo alcançado enorme façanha com a primeira final desde 2001, Lorenzo pode transcender ainda mais caso termine com o título. Se chorou em 1990 na Copa da Itália, pode terminar sorrindo com um desfecho diferente em 2024.